13 crônicas para votar no Lula
Quem me lê há um tempo deve ter reparado o óbvio: sou um escritor progressista, militante da literatura e da cultura e da arte, frontalmente contra todo tipo de arbítrio e opressão e discriminação, sempre do lado da democracia e dos direitos humanos e dos direitos das minorias e da ciência. Nas minhas crônicas, cada retrato do cotidiano não tem panfletagem, mas a minha visão de mundo está ali, mesmo que à margem, escondida, observando de canto.
Nesse mês, relembro 13 crônicas escritas de 2018 para cá, esses quatro anos de pesadelo e distopia e ameaça democrática e aberrações e vergonhas causadas pelo extremismo de um ser abjeto.
Volto com as crônicas semanais no próximo mês. Até lá, vocês terão muitos textos para ler, conforme a indicação abaixo. Vou passar outubro dedicado a outros projetos.
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1- O crossfiteiro bolsonarista entra no bar e Carta afetiva aos crossfiteiros bolsonaristas
Dois textos que me renderam duas semanas de xingamentos, ameaças, acusações, perseguição nas redes, ofensas a pessoas queridas e próximas, além de outras aberrações bolsonarentas. Coisas típicas de quem sonha em exterminar o outro, eliminar a arte e a cultura. Gente incapaz de entender alegorias e sátiras.
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Não queria ter escrito essa crônica. E não foi fácil. Semanas antes de morrer, o professor Marcus Vinicius Batista conversou comigo sobre política e um projeto para a publicação de um livro em sua editora. Ele foi mais uma das quase 700 mil vítimas da covid-19 no Brasil.
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Bolsonaro sabotou as medidas para diminuir o espalhamento da covid-19. Sua sabotagem ao uso das máscaras foi só uma animalidade nessa floresta de crimes contra a humanidade. Deixo outras crônicas tendo a pandemia como tema: Seguindo todos os protocolos, Cloroquiners, Se eu for intubado, Era só dor de cabeça, Máscara mais cara, Tempos extremos, Um pequeno comércio na cidade invadida e Trinta por cento.
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Num país de fome, miséria e desemprego, armar a população virou prioridade do governo fascista. Essa crônica, cheia de questões familiares, conversa bem com a Filhos de bolsonaristas.
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O título é autoexplicativo. Nem sei se Freud explica.
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Um ser limitado e mal-intencionado no cargo mais alto do país. Essa crônica conversa bem com outra, a Meu amigo terraplanista.
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Bolsonaro nunca escondeu seu seu comportamento racista. E machista. E homofóbico e retrógrado desde os tempos de deputado. (Lembrete oportuno: em 2017, ele disse que “quilombolas não serviam nem para procriar”, isso dentro do Clube Hebraica, lembram?). Essa crônica conversa bem com a Racismo e polêmicas. Também tem um bom diálogo com a Mil trutas e mil tretas, porque quem curte rap e é bolsonarento tem sérios problemas de interpretação de texto. E considerando que Bolsonaro é simpático a estupradores, finalizo esse tópico com a Notícias de abuso sexual.
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8- Eu sei o que vocês fizeram na eleição passada
Se você nunca passou pelo constrangimento de conversar com quem ainda apoia a extrema-direita e o pior presidente da história brasileira, espero que tenha se recuperado bem do estado de coma nos últimos anos.
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9- 13 filmes para o Brasil de hoje
Escrever ficção durante um governo desses é ainda mais difícil, mas a realidade anda muito inverossímil e precisa ser satirizada para a gente não enlouquecer.
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10- Excesso de Deus no coração
Esse é um dos grandes problemas de um país em que a religião dita os rumos da política, basta ver os rumos do segundo turno.
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11- Delírio coletivo
Essa é uma realidade massacrante, que nos desgasta psicologicamente. Mas estamos acordados, lúcidos e vamos passar por isso.
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Ainda antes da campanha eleitoral de 2018, eu tinha um mau presságio, mas não queria acreditar nele.
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13- 27/10/2002
Ontem, minha mãe conversava comigo sobre consciência de classe. Acho que eu sempre tive e até hoje lembro bem o dia da vitória do Lula pela primeira vez. Éramos um país muito mais civilizado, democrático, promissor. Mas a esperança vai vencer o medo outra vez. Esse é o país que eu acredito, muito mais do que esse que nos tornamos, bem descrito na crônica sobre o livro Tinta branca.
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BÔNUS
Para entender como Bolsonaro foi um péssimo militar, o livro O cadete e o capitão.
Para entender como Bolsonaro é corrupto (e muito!), o livro O negócio do Jair.
Para entender o caos diário da corja bolsonarista, o livro Tormenta.
Para entender como Bolsonaro sabotou as medidas contra a pandemia de coronavírus, o livro Sem máscara.
Para entender como aquele seu familiar parece um zumbi bolsonarento, o livro O ovo da serpente.
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LEMBRETE