Mineirinho*
*por Clarice Lispector, publicada no livro Para não esquecer. Dedicada a Evaldo dos Santos e a todas as vítimas do Brasil, da violência patrocinada pelo Estado. É, suponho que é em mim, como um dos representantes do nós, que devo procurar por que está doendo a morte de um facínora. E por que é que mais me adianta…
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Não concordo com tudo
Zé parou de falar e deu um gole na cerveja. O grupo balançava a cabeça de cima para baixo. André permaneceu impassível. Zé colocou o copo na mesa, olhou para o amigo e provocou. – E aí, André, concorda? – Pra ser sincero, não. – Eita! Por quê? – Não sei dizer. – Como assim?…
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No escurinho do cinema, sozinho*
*Crônica com bons motivos para ir desacompanhado ao cinema, publicada no CinemAqui.
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Trocando livros
Queria ganhar o suficiente para pagar as contas do mês, sem ficar no vermelho. Não desejo fortunas para comprar carros de luxo e ostentar um carnê da casa própria. Baladas, roupas da moda e eventos sociais passam longe das despesas mensais. Dão lugar a livros, prioridade em minha lista de compras. As próximas leituras…
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Ninguém decora a agenda
Caía uma chuva torrencial, típica de março. A cidade ficaria parada e a população dos altos prédios aflita, sem saber lidar com as enchentes que de uns anos para cá não se limitam às periferias. Preferi ficar um pouco mais no escritório, adiantar uns trabalhos atrasados e voltar para casa quando a água tivesse ido…
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As águas de março*
*Crônica publicada na Revista Subjetiva.
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Visitas famosas
A dupla de apresentadores me deseja boa noite. Respondo cordialmente. Protagonizo um diálogo sem sentido com uma caixa retangular, reproduzindo imagens captadas por câmeras a centenas de quilômetros de distância. Esses dois nunca ouviram falar de mim, mas eu nunca seria mal educado a ponto de ignorar uma saudação após o expediente. E fico me…
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Casais
Casal 1: Ele odeia pensamentos retrógrados, mas ninguém é obrigado a gostar de lavar a louça ou passar um pano no chão da sala, diz aos risos. Nos círculos de amigos progressistas, dá shows de argumentação e demonstra ser mais politizado que a média. Quando chega do trabalho, ela é quem se preocupa em lavar,…
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Macacos me mordam*
*Crônica publicada no CinemAqui.
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1%
Mesmo sem olhar para a tela o tempo todo, dá para ter noção de quando a bateria vai acabar. No decorrer do dia, a barra indicadora de energia vai mudando de cor, até um vermelho chamativo avisar a proximidade do fim. Desbloqueamos o celular, olhamos para a tela sem notificações, deslizamos o dedo como se…