Gente atrasada vive mais, aponta estudo
Se você é o tipo de pessoa que cumpre horários ou chega aos compromissos com alguns minutos de antecedência, é melhor rever seus costumes. Pesquisa inédita da Université Saint Vincent concluiu que os chamados “atrasildos” dispõem de mais saúde e expectativa de vida.
A tese, da qual toda a comunidade acadêmica já suspeitava, tem uma explicação simples. Quanto menor a preocupação em não deixar infelizes esperando, menor a chance da aceleração dos batimentos cardíacos e, consequentemente, das crises de ansiedade e demais neuroses relacionadas à pontualidade patológica.
“Passamos os últimos 32 anos analisando exames periódicos de dois grupos: pontuais e atrasados. O resultado foi claro: quem não está nem aí para o horário vive tranquilamente, em paz, sem estresse. Os pontuais reclamam, mandam mensagens cobrando o horário, se apressam, se irritam, cospem abelhas africanas e por isso sofrem uma série de consequências pelo vício no relógio”, explicou o professor-doutor Leán Drô Marsan, responsável pela condução do estudo de três décadas.
Ainda de acordo com o cientista, que demorou 20 minutos além do horário marcado para chegar em seu laboratório, a sociedade precisa acabar com estigmas e tratar a pontualidade como uma enfermidade que precisa de tratamento adequado.
“Quantas pessoas você conhece que chegam antes da hora e mesmo assim se irritam por um, dois, cinco ou até trinta minutos de atraso? Um exagero. Nós, brasileiros, temos uma cultura de não respeitar o tempo alheio e devemos nos render a esse ensinamento ancestral. Estamos sempre correndo atrás de sabe-se lá o quê todos os dias, não há motivos para tanta pressa. Então, o melhor é relaxar e não apertar o passo, mesmo sob o risco de pegar trânsito ou o ônibus quebrar no meio do caminho”, prosseguiu Marsan.
A íntegra do estudo está disponível no site da Université Saint Vincent e será apresentada em uma aula-magna na próxima segunda-feira a partir das 11 da manhã, para evitar maiores constrangimentos logo no começo do dia.
“Imagina que eu ia mostrar esse monte de slides antes das 10 horas de uma segunda! Preferi esse horário, é mais tranquilo para todo mundo. Dá tempo até de ver o noticiário antes de sair de casa. O importante é deixar claro para a população que a pontualidade é um costume arcaico, uma herança nociva. E quando a ciência rompe paradigmas, todo mundo sai ganhando”, concluiu o professor-doutor Leán Drô Marsan, antes de encerrar a entrevista às pressas ao receber uma ligação da esposa, perguntando se havia buscado a filha mais nova na creche.
Mais informações podem ser encontradas numa próxima matéria, porque o deadline para a entrega deste material era curto demais e a reportagem não tem outro emprego em vista.